Reforma Tributária 2025: A Necessidade do Planejamento Patrimonial

A Reforma Tributária (EC 132/2023) mudou a lógica da herança e da doação no Brasil. O ITCMD, o imposto estadual sobre transmissões e doações, passa a ter progressividade obrigatória, o que tende a elevar a carga tributária do para patrimônios maiores e padronizar regras entre estados. Em português claro: quem deixar para “ver depois” corre o risco de pagar mais e ter menos previsibilidade.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Diego de Melo

11/1/20252 min read

A reforma tributária prevista para 2025, através da Emenda Constitucional 132/2023, trouxe mudanças significativas na maneira como a herança e a doação são tributadas no Brasil. Um dos principais focos dessa reforma é a mudança na estrutura do Imposto sobre Transmissões Causadas Mortis e Doações (ITCMD), essencialmente alterando a lógica de planejamento patrimonial para os cidadãos brasileiros. O que antes poderia ser visto como uma questão a ser abordada no futuro agora se tornou uma prioridade inadiável.

O que mudou na prática
  1. Progressividade do ITCMD
    Estados devem adotar faixas e alíquotas crescentes até o teto vigente (hoje, 8%). Em estados que praticam alíquota fixa, a migração para faixas (2%–8%) pode dobrar o imposto nas faixas superiores.

  2. Critério de competência e base de cálculo
    A regulamentação busca uniformizar qual estado cobra e reforça o uso de valor de mercado como base. Imóveis, quotas e intangíveis tendem a sofrer avaliações mais realistas — e mais tributação.

  3. Bens e direitos no exterior
    A sucessão internacional está mais visível e com regras mais claras. Estruturas fora do país exigem desenho jurídico-fiscal consistente e compliance.

  4. Previdência privada segue estratégica
    Planos PGBL/VGBL e seguros de vida mantêm forte eficiência sucessória e de liquidez, essenciais para pagar impostos sem desmontar patrimônio.

Efeito colateral: mais risco de “surpresas” no inventário

Com progressividade e base de mercado, famílias sem estrutura enfrentam contas maiores, processos mais longos e desgaste entre herdeiros. O custo não é só o imposto: é tempo, caixa imobilizado e atrito familiar.

Operação de resposta: 4 movimentos que protegem valor
  • Holding familiar + acordo de sócios: centraliza ativos, simplifica a partilha (transfere-se quota, não o bem), cria governança e reduz atrito.

  • Doações planejadas (com usufruto): antecipam a transmissão sob regras atuais, travam alíquotas e diminuem o espólio futuro, respeitando legítima e limites legais.

  • Previdência e seguros de vida: garantem liquidez imediata aos beneficiários, evitando venda forçada de ativos para pagar impostos.

  • Projeção de cenários por UF e valuation de base: simular faixas do ITCMD por estado, revisar laudos de imóveis/empresas e desenhar um roadmap: curto, médio e longo prazo.

Check rápido para 2025–2026
  • Você sabe quanto sua família pagaria de ITCMD hoje vs. com progressividade?

  • Seus imóveis e quotas estão avaliados a mercado ou por valores defasados?

  • Existe fonte de liquidez imediata (previdência/seguro) para não desmontar patrimônio?

  • Há acordo de sócios e regras de voto/dividendos para a próxima geração?